Capacidade técnica dos profissionais do Sistema Confea/Crea é contribuição para o sucesso do Brasil, na opinião do ministro de C&T
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Formado em engenharia aeronáutica, pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), mestre em engenharia de sistemas e piloto de testes de aviões, o astronauta Marcos Pontes deu uma diretriz clara ao assumir o cargo de ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), no dia 2 de janeiro: a missão é fazer com que a ciência e a tecnologia sejam propulsoras da melhora da qualidade de vida da população e do desenvolvimento do país.
Nessa mesma linha, Marcos Pontes sinaliza, em entrevista ao Confea, que o novo MCTIC enxerga a importância de transformar ciência e tecnologia em inovação. Para ele, esse é o caminho para “elevar a competitividade das empresas e da economia brasileira”.
O ministro também reconhece o relevante papel dos profissionais do Sistema Confea/Crea no alcance do sucesso do país. “A área tecnológica é muito importante nesse esforço, e tenho certeza de que os quase 1 milhão de profissionais têm total capacidade técnica para nos ajudar nessa missão de alcançar três metas que considero fundamentais: produção de conhecimento, geração de riquezas para o país e melhoria da qualidade de vida da população.”
Site do Confea: Na primeira reunião ministerial com o presidente da República, o MCTIC sinalizou que dará atenção especial ao aprimoramento de projetos de dessalinização da água do semiárido, em parceria com Israel; à expansão do acesso à internet banda larga, especialmente em áreas remotas do país; e também à formação científica de crianças e jovens nas escolas públicas. Quais outros projetos estão entre as principais medidas que serão adotadas neste primeiro ano?
Marcos Pontes: O MCTIC está trabalhando para cumprir as duas metas que estabelecemos para a Agenda de Cem Dias de Governo. Neste momento, o nosso esforço é com esse compromisso. Isso significa que o MCTIC está atuando para implantar o Centro de Testes de Tecnologias de Dessalinização, mapeando tecnologias em sistemas de dessalinização e tratamento da água para operação no semiárido brasileiro; e também o programa Ciência na Escola, para promover a interação entre universidades e escolas públicas para o ensino de ciências.
Site do Confea: Para 2019, o total de recursos da pasta para o setor é de R$ 3,75 bilhões, cerca de 10% menor que o de 2018. Como superar esse desafio, levando em consideração que ciência, tecnologia, inovação e pesquisa são pilares do desenvolvimento nacional?
Marcos Pontes: De fato, vivemos um período difícil do ponto de vista orçamentário. Mas entendemos que a ciência e tecnologia devem ser a ponta de lança do desenvolvimento do Brasil, e somos os responsáveis por torná-la a melhor ferramenta para o sucesso do país. Por isso, precisamos recuperar o prestígio da ciência brasileira, por meio de ações que mostrem a importância estratégica do MCTIC. O que faremos neste ano é tomar as medidas necessárias para que o orçamento de 2020 seja melhor. Com muito trabalho das equipes e mostrando resultados, tenho certeza de que chegaremos a 2020 numa situação melhor do ponto de vista do orçamento. Em outra frente, vamos buscar o apoio do setor privado para elevar os investimentos em inovação.
Site do Confea: Diante da dimensão continental do Brasil, o senhor já adiantou que a estratégia será investir em adoção de modelos de incentivo em inovação adequados a cada região do país. Como essa ação será executada e quais os benefícios esperados?
Marcos Pontes: O novo MCTIC enxerga a importância de transformar ciência e tecnologia em inovação, o que vai elevar a competitividade de nossas empresas e da economia brasileira. O Brasil é um país grande e diverso e possui uma produção científica robusta. Para se ter uma ideia, 68.741 artigos científicos, que nós chamamos de papers, foram publicados por pesquisadores brasileiros em 2017. O que nós queremos fazer é transformar esses papers em produtos e serviços inovadores, que melhorem a qualidade de vida da população e gerem riquezas para o país.
Site do Confea: Em entrevista, o senhor afirmou que pretende “levar ciência e tecnologia junto com o Ministério da Educação e tentar promover a carreira de pesquisador, motivar jovens para as profissões de pesquisa e promover maior divulgação científica”. Quais as estratégias traçadas para alcançar esta meta?
Marcos Pontes: Já estamos agindo. O programa Ciência na Escola é uma das nossas metas para os cem dias de governo, e a recém-criada Secretaria de Políticas para Formação e Ações Estratégicas será decisiva nesse esforço para atrair as crianças e os jovens para as carreiras científicas e tecnológicas. Os pesquisadores precisam do nosso apoio, mas temos que formar futuros cientistas. Queremos levar ciência e tecnologia para as escolas de ensino fundamental e médio com a participação dos pesquisadores e instituições de pesquisa. Para isso, estamos firmando uma parceria com o Ministério da Educação. O esforço é para inserir a ciência e tecnologia no cotidiano das nossas crianças, despertando a curiosidade e atraindo nossos jovens para as carreiras científicas.
Site do Confea: Qual mensagem o senhor gostaria de levar aos profissionais da área tecnológica registrados no Sistema Confea/Crea, no sentido de todos trabalharem em prol do desenvolvimento do Brasil?
Marcos Pontes: Quero dizer que continuem acreditando no Brasil, trabalhando firmemente para o sucesso do país. A área tecnológica é muito importante nesse esforço, e tenho certeza de que os quase 1 milhão de profissionais cadastrados no Sistema Confea/Crea têm total capacidade técnica para nos ajudar nessa missão de alcançar três metas que considero fundamentais: produção de conhecimento, geração de riquezas para o país e melhoria da qualidade de vida da população. Acompanhe nosso trabalho no site do MCTIC (www.mctic.gov.br) e participe da construção do sucesso do país.
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Nota: Esta entrevista é uma iniciativa do Confea em conhecer as propostas dos profissionais de engenharia que assumiram os ministérios da Agricultura, Ciência e Tecnologia, Infraestrutura e Desenvolvimento Regional, além da Secretaria de Governo, no atual governo de Jair Bolsonaro. Aos cinco ministros, foi encaminhada uma sequência de perguntas, com prazo igualmente estabelecido para todos se manifestarem. Em função da intensa agenda neste primeiro momento à frente do Executivo, alguns renegociaram o período para devolução da entrevista. A equipe de Comunicação do Confea segue aguardando retorno das respostas para, assim, publicar aqui no site do Conselho as propostas de cada uma das pastas. Entre os principais temas abordados no rol de perguntas, estão a harmonização entre agronegócio e perenidade de recursos naturais, incentivo à formação científica e propostas para aquecimento do setor de infraestrutura.
Julianna Curado
Com informações e foto do MCTIC
Equipe de Comunicação do Confea